A possibilidade de relaxar na praia, surfar e beber uma cerveja depois do trabalho é o que faz do Rio de Janeiro uma referência entre os nómadas digitais.
Carnaval, samba e futebol. Esta é a tríade que associamos ao Rio de Janeiro, no Brasil, e só isso já seria mais do que suficiente para nos convencer a ir viver e trabalhar para lá. Mas se a estes ingredientes juntarmos um estilo de vida bem descontraído, pessoas calorosas e com alto astral, paisagens deslumbrantes e uma comunidade de nómadas digitais em contínua expansão, ficam a restar poucas dúvidas de que este é um destino obrigatório para quem faz do nomadismo digital uma filosofia de vida.
Afinal de contas, quem nunca sonhou com poder caminhar no calçadão antes de iniciar um dia de trabalho, ou relaxar com um “chope” bem gelado depois de uma reunião exigente?
E o melhor de tudo é que a TAP tem voos diretos para a “cidade maravilhosa”, como diz a canção. Vamos lá?
A cidade dos encantos mil
Quem já por aqui passou como nómada digital garante que este é um dos melhores destinos para trabalho remoto. Não só porque disponibiliza todas as comodidades de uma metrópole de vanguarda, com um custo de vida relativamente baixo para quem é remunerado em euros ou dólares, mas sobretudo porque permite o privilégio de viver numa das cidades mais belas do mundo. E não, isto não é um exagero.
Com praias maravilhosas de águas cristalinas de um lado, e natureza verdejante a clamar por caminhadas escapistas do outro, o Rio de Janeiro parece daquelas cidades desenhadas por mão divina para nos fazer acreditar que a beleza existe e fala português com um sotaque doce. Quem sobe ao Corcovado percebe isso na perfeição, da mesma maneira que quem caminha pelos trilhos da floresta da Tijuca, vai até ao Pão de Açúcar, passeia pelos bairros boémios da Lapa ou de Santa Teresa, assiste ao pôr-do-sol no Arpoador, deambula pela Lagoa Rodrigo de Freitas, passeia no Jardim Botânico ou mergulha nas praias de Ipanema ou do Leblon… A lista é infinita, como já se percebeu, e dificilmente fará justiça à realidade desta cidade que alberga cerca de 6,2 milhões de habitantes e beneficia de um clima fantástico, que é o mesmo que dizer, sol e calor durante todo o ano.
Morar com vista para o mar
Não há falta de alojamento na cidade que serviu de cenário à inesquecível canção de Tom Jobim, “Garota de Ipanema”. Desde hotéis a hostels, passando por apartamentos em modo coliving à beira-mar, há de tudo, e quaisquer que sejam as necessidades, o mais provável é encontrar com relativa facilidade aquilo que procura.
Ajuda o facto de a cidade estar a desenvolver uma estratégia com vista a atrair nómadas digitais, que passou pelo lançamento, em janeiro de 2021, da plataforma Rio Digital Nomads, que integra uma parceria com diversos tipos de alojamento, os quais passam a exibir um selo de parceiro emitido pela Secretaria de Turismo da Cidade do Rio de Janeiro (SETUR).
Embora esta seja uma das cidades mais caras do Brasil, ainda assim consegue ser atrativa em comparação com metrópoles europeias ou norte-americanas. Como tal, é possível encontrar muitos nómadas digitais a viver em zonas privilegiadas como os bairros do Leblon, Ipanema ou Copacabana. Flamengo, Botafogo e Catete são bairros com preços mais acessíveis, mas também boas opções, até porque se localizam relativamente perto das praias e dos locais para caminhada, dispondo igualmente de diversão noturna.
Tome nota:De acordo com a Nomadlist (plataforma de nómadas digitais com informação atualizada sobre os destinos), é expectável pagar, em média, cerca de 1208 euros por mês por um quarto de hotel (single no centro da cidade, com 30% de desconto pela reserva de um mês), 401 euros mensais pelo aluguer de um quarto no centro da cidade, ou 65 euros por noite por um quarto privado através do Airbnb.
Comer, beber, trabalhar
Uma parte substancial da vida de qualquer nómada digital acontece em cafés, bares e restaurantes (de preferência com boa ligação Wi-Fi e ar condicionado) e estes abundam no Rio de Janeiro, muitos com ambiente bem intimista e contemporâneo, acabando por tornar-se um ponto de encontro da comunidade de nómadas digitais que se vai formando.
Mas porque há quem prefira fazer algumas refeições em casa para baixar os custos, também existem supermercados em grande profusão, disponibilizando o que qualquer grande superfície oferece e a preços acessíveis.
Outra dimensão crucial para os trabalhadores remotos é a existência de espaços de coworking, e também estes têm vindo a aumentar por toda a cidade, garantindo que ninguém tem de ficar a trabalhar fechado em casa. Na página do Rio Digital Nomads é possível encontrar diversos locais de coworking para diferentes necessidades, todos com o selo da SETUR.
Tome nota:A Nomadlist indica que um jantar no Rio de Janeiro pode custar, em média, cerca de 6,83 euros, uma cerveja num café/bar (0,5 l) 1,88 euros, e um café 1,69 euros. Já uma secretária num local de coworking poderá rondar os 448 euros por mês.
Um festival de abraços
Quem chega ao Rio de Janeiro é recebido de braços abertos, já que os cariocas são, em regra, bastante amistosos, divertidos e acolhedores. Este é um aspecto especialmente valorizado, sobretudo por quem está a viver afastado da família e amigos durante longos períodos.
Outra dimensão que também ganha relevo na capital fluminense é a enorme quantidade de eventos, festas e manifestações culturais e artísticas em geral. Não há um único dia em que não aconteça algo por aqui, o que faz com que a permanência nesta cidade seja uma festa contínua, com destaque para o forró, rodas de samba, caminhadas, intercâmbios de idiomas e eventos de networking. Para saber o que se passa, basta integrar uma das muitas comunidades online de redes sociais e grupos de WhatsApp de nómadas digitais ou expat, que são muito ativos.
Vistos para nómadas digitais
O Brasil concede um visto para quem pretende trabalhar aqui remotamente, o qual deve ser solicitado num consulado do país antes da deslocação. É necessário apresentar diversos documentos, nomeadamente, um contrato de trabalho ou de prestação de serviços ou outros documentos que comprovem o vínculo com um empregador estrangeiro; e ainda fazer prova de meios de subsistência, como um salário mensal igual ou superior a US$ 1.500,00 (mil e quinhentos dólares) ou a disponibilidade de fundos bancários no valor mínimo de US$ 18.000,00 (dezoito mil dólares). O prazo inicial do visto é de um ano, mas pode ser renovado por igual período. Mais informações sobre a obtenção deste visto podem ser encontradas aqui.
Cuidados de saúde
A prestação de cuidados de saúde no Rio de Janeiro segue um padrão de elevada qualidade, mas tal acontece no setor privado, onde os preços são elevados. Como tal, é aconselhável que quem pensa ficar aqui durante uns meses faça um seguro de viagem que cubra este tipo de despesas.
Transportes e deslocações
A cidade dispõe de uma rede de Metro, que aliada ao VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), bem como aos TVDE e táxis, resolve grande parte das questões de deslocação, com eficiência, segurança e de forma acessível. O Rio de Janeiro também é servido por uma rede de autocarros (ônibus), mas esta não é muito segura.
Segurança: a questão que dá para contornar
A segurança é o tópico que mantém alguns nómadas digitais de pé atrás em relação a este destino. Mas há algumas regras básicas que ajudam a reduzir o perigo substancialmente:
• Evitar andar com sinais exteriores de riqueza;
• Usar o telemóvel na rua apenas quando é estritamente necessário;
• Esperar o táxi/TVDE dentro de um edifício e só sair quando ele chegar;
• Evitar ruas desertas, especialmente à noite;
• Preferir andar de Metro ou de VLT em detrimento do autocarro;
• Tentar que o alojamento escolhido se localize perto da linha de Metro.
Com a TAP pode viajar para o Rio de Janeiro em voos diretos a partir de Lisboa e Porto. Qualquer altura é boa para viajar, mas para trabalhar, espairecer e aproveitar as vistas deslumbrantes, a melhor época será entre junho e setembro, quando o céu está limpo, o sol brilha e as temperaturas rondam os 25°C. No Rio de Janeiro, abrace o trabalho remoto com a TAP, e deixe-se levar pelo espírito descontraído e bem-disposto dos cariocas.