Nem só de sol e esplanadas vivem os nómadas digitais. É por isso que cidades como Oslo têm vindo a atrair, cada vez mais, os que procuram aliar o trabalho ao lazer sem prescindir da qualidade de vida.
Imagine uma cidade onde se vive com grande qualidade, as infraestruturas são excelentes, a cultura é vibrante e a natureza deslumbrante, com um fiorde, montanhas e florestas a perder de vista. Oslo é isto tudo, razão por que tem vindo, a pouco e pouco, a chamar aqueles nómadas digitais que buscam cosmopolitismo e que fogem ao estereotipo do mochileiro equipado com computador portátil (mas, para dizer a verdade, também estes se sentem aqui muito bem e acolhidos).
Com cerca de 700 mil habitantes, Oslo aparece com frequência em diferentes rankings de melhores cidades do mundo para se viver, ou não fosse a capital da Noruega, país que detém o segundo melhor Índice de Desenvolvimento Humano do planeta (só ultrapassado pela Suíça por uma milésima).
Com uma população multicultural e uma economia forte, a cidade acolhe quem aqui chega com simpatia e elevada educação, tornando a experiência de nomadismo digital muito agradável e, até, recomendável se o objetivo for viajar com crianças. E para que não restem dúvidas de que esta pode ser a sua próxima opção para trabalho remoto, há ainda a vantagem de a TAP voar diretamente para este destino.
Abraçar vikings que são cidadãos exemplares
A Noruega é terra de vikings, aqueles guerreiros altos, louros, corajosos e exímios navegadores, que nos habituámos a ver no cinema como povo destemido e, também, temido por todos. Mas a verdade é que os noruegueses são muito afáveis, descontraídos, calmos e pouco ou nada agressivos, tudo fazendo para não provocar confrontos ou polémicas. E ainda que a língua oficial seja o norueguês (obrigatório a nível profissional), a maioria da população fala bem inglês e aceita acolher os estrangeiros neste idioma.
O elevado civismo, a liberdade de expressão e a inclusão são, aliás, das características que mais saltam à vista, bem como a grande aceitação e integração de pessoas oriundas de diversas partes do globo. Em Oslo, a população de origem emigrante representa cerca de 34% dos residentes, aparecendo esta cidade como um dos destinos de eleição de expats e, cada vez mais, de nómadas digitais.
Conforto em casa, no café e nos mil parques
Um dos melhores bairros para procurar alojamento, e um dos mais populares entre a população estrangeira, é Frogner, conhecido pelas áreas residenciais de luxo (o bairro é a escolha preferida de muitos diplomatas e as embaixadas de muitos países localizam-se aqui). Nesta zona, estão também alguns dos melhores e mais sofisticados restaurantes, cafés e lojas da cidade, bem como inúmeros parques verdes e atrações culturais.
Outras áreas onde os nómadas digitais tendem a procurar alojamento (até porque os preços em Frogner são muito elevados e incompatíveis com a maior parte das carteiras) incluem Majorstuen, um bairro famoso pela sua história, com casas elegantes do século XIX e ruas cheias de lojas, restaurantes e cafés. Destaque ainda para Grünerløkka, um antigo bairro operário que hoje encarna na perfeição o espírito boémio e agrega inúmeros cafés acolhedores (especialmente apetecíveis nos dias frios do inverno norueguês), restaurantes de boa comida, boutiques de design, lojas vintage, mercados de artigos em segunda mão, arte urbana em profusão, bem como inúmeros parques para passeios e piqueniques, como os famosos Jardins Botânicos de Grünerhagen.
Outro bairro a que os trabalhadores remotos devem prestar atenção é Tøyen, uma zona cheia de vida e diversidade cultural, localizada a leste do centro da cidade. Tøyen é conhecida pela sua atmosfera dinâmica, que combina encanto urbano com sentido de comunidade, albergando um verdadeiro caldeirão de culturas, o que se reflete na gastronomia, nas lojas e mercados existentes. O que torna este sítio especial é também o Parque Tøyen, um oásis verdejante no coração do bairro, ideal para corridas e caminhadas matinais ou para passeios demorados ao fim de semana.
Viver entre o fiorde e as montanhas
Fundada há quase mil anos, a cidade de Oslo posiciona-se geograficamente num cenário magnífico: nada mais nada menos que um fiorde que se estende ao longo de 100 quilómetros de longitude, abrigando diversas ilhas, e assumindo-se como uma porção de costa invadida pelo mar que dá lugar a canais de água salgada abertos entre cadeias montanhosas. Aliás, um passeio de barco pelo fiorde de Oslo é uma das atividades obrigatórias para quem visita a cidade, contornando a península de Bygdøy e navegando junto às pequenas ilhas do fiorde, como Lindøya ou Hovedøya.
Há mesmo muito para fazer na cidade, razão por que os locais almoçam rápido para poderem sair do trabalho por volta das 16 horas, a tempo de ainda aproveitarem para passear, estar com a família ou simplesmente descontrair.
Para quem está de visita, é imprescindível passar pelo Museu Munch, visitar a National Gallery (que exibe a primeira versão da obra-prima de Edvard Munch, “O Grito”), o Palácio Real (famoso pelos jardins), o Teatro Nacional, a Ópera (dizem que andar no telhado deste edifício é uma experiência única) ou o castelo Akershus, o maior símbolo da independência da Noruega. Na península de Bygdøy estão situados diversos museus, como o Museu do Fram, sobre a primeira expedição ao Polo Sul, ou o Museu dos Barcos Vikings (Vikingskipshuset).
Há incontáveis parques verdes em Oslo e o Vigeland Sculpture Park, localizado no Parque Frogner, é um dos imprescindíveis, devido às quase 200 estátuas que alberga, da autoria do escultor norueguês Gustav Vigeland, e que contam a trajetória do ser humano, do nascimento até à morte.
Abraços de areia e água salgada
Embora Oslo não seja propriamente um destino conhecido pelas suas praias, a verdade é que também as há e são muito concorridas no verão, como é o caso das praias urbanas de Hukodden e Paradisbukta, situadas na península de Bygdøy. Estes são destinos perfeitos para nadar, caminhar, andar de bicicleta ou somente para estar com a família e amigos, já que dispõem de infraestruturas de apoio, nomeadamente, restaurantes e quiosques.
Também no verão, as atenções voltam-se para a zona de Aker Brygge, uma das áreas mais animadas da capital durante os dias quentes, quando as esplanadas dos cafés e restaurantes do passeio marítimo se enchem de gente que procura desfrutar dos tão ansiados dias de sol.
Trabalho remoto abraça Oslo
O nomadismo digital em Oslo ainda se encontra numa fase inicial, sobretudo se se comparar com outras capitais europeias, mas esta filosofia de vida tem vindo a abraçar a capital da Noruega à medida que os encantos da cidade e do país vão passando de boca em boca. Por exemplo, sabe-se que o facto de as auroras boreais serem sobretudo visíveis no norte do país tende a atrair muitos viajantes, os quais acabam por ficar mais tempo se puderem conciliar a viagem com o trabalho remoto, com estadia obrigatória em Oslo.
Têm vindo a ser criados diversos espaços de coworking, com vista a facilitar a vida destes trabalhadores-viajantes (como o Epicenter, o 657 Oslo, o Space in Oslo ou o HerSpace, este último um coworking exclusivo para mulheres), mas não existe ainda um visto específico para nómadas digitais. Porém, encontra-se disponível um visto destinado a trabalhadores independentes (Independent Contract Visa), que permite permanecer até dois anos, o qual pode ser requerido por nómadas digitais desde que possuam, pelo menos, um cliente norueguês, entre outras especificidades.
De qualquer forma, os cidadãos portugueses não precisam de visto ou de autorização de residência na Noruega. Uma vez que este país faz parte do Espaço Schengen, tal como Portugal, um simples visto de turismo permite permanecer na Noruega até 90 dias. Já a autorização de residência confere a possibilidade de trabalhar ou permanecer na Noruega por um período superior a 90 dias, devendo ser requerida.
Tome nota: Ainda que seja permitido viajar para a Noruega apenas com o cartão de cidadão e sem necessidade de visto até 90 dias de permanência, recomenda-se a posse de um passaporte válido, uma vez que este documento é exigido para, por exemplo, abrir uma conta no banco, requerer autorização de permanência superior a 90 dias, entre outras situações. |
Agora que conseguimos colocar Oslo no seu radar de nómada digital, saiba que o melhor período para visitar a cidade é entre maio e setembro, sendo que o final de maio é mesmo uma excelente altura, uma vez que as temperaturas começam a ficar amenas, a primavera instala-se e o turismo ainda não é intenso (entre junho e agosto aumenta, como no resto da Europa). Como tal, comece já a preparar-se para se mudar de armas, bagagens e escritório para a capital da Noruega, aproveitando o facto de a TAP viajar diretamente para esta cidade.