De patinho feio a joia da cultura em Espanha, Bilbau é uma cidade imperdível para os
amantes de arte moderna e contemporânea. Conheça os seus museus e abrace esta
viagem.
Se a arte não muda o mundo, conseguiu pelo menos mudar Bilbau. Com a construção do
Guggenheim Bilbau uma das entradas da cidade ganhou um majestoso e surpreendente
edifício da autoria de Frank Gehry. Este foi o primeiro museu da fundação norte-americana
fora dos Estados Unidos e tornou a cidade espanhola numa Meca da arte moderna e
contemporânea. Bilbau já tinha uma coleção dedicada à arte do século XX, no Museu de
Belas Artes, mas foi a partir de 1997, ano da inauguração do Guggenheim, que a cidade
passou de uma velha glória a vibrante centro comercial e turístico do País Basco espanhol.
A capital da província espanhola da Vizcaya mantém traços das suas histórias passadas (e
que valem também a visita): um centro histórico de ruelas estreitas e edifícios góticos, a
forte ligação à Ria de Bilbau, que atravessa a cidade, e o núcleo urbano mais recente, do
final do século XIX — nesta época, este era um importante centro industrial e comercial do
norte de Espanha. No entanto, a segunda metade do século XX trouxe a decadência e
muitos dos bilbaínos mais antigos ainda recordam uma cidade poluída pelas fábricas, sem
vida, com um porto obsoleto e sujo. Foi precisamente junto a esse porto que aconteceu a
grande mudança
Hoje, ao entrar na cidade pela Ponte de La Salve, tem-se a visão de um dos mais
marcantes edifícios do final do século XX. É uma espécie de navio de paredes onduladas,
revestido a placas de titânio que refletem a luz do sol como escamas de peixes. Ao pôr do
sol, o Museu Guggenheim Bilbau transforma-se do cinza para o dourado — tal como fez
com a cidade, antes cinzenta, hoje um marco de ouro na rota dos museus de arte moderna
e contemporânea na Europa.
Por dentro, o edifício de Frank Gehry é tão surpreendente como por fora. O grande átrio em
pedra — a que o arquiteto chamou flor —dá para corredores e varandas onduladas, salas
com formas orgânicas. É numa destas salas que está uma das suas obras mais famosas:
The Matter of Time (a matéria do tempo), do escultor norte-americano Richard Serra, é um
conjunto de sete esculturas de grandes dimensões. São placas de aço em espirais e curvas
que convidam os visitantes a entrar pelos seus recantos.
Algumas das restantes obras emblemáticas da coleção Guggenheim estão, porém, no
exterior e podem ser contempladas por qualquer um. O grande cachorro revestido a flores,
de Jeff Koons, ficou à porta do museu, como um convite à entrada; do outro lado do rio é
possível ver, instalados no pátio do museu, Maman, a estilizada aranha de nove metros de
altura, de Louise Bourgeois, ou as tulipas gigantes de Jeff Koons, em aço, mas com um
aspeto de balões coloridos.
Com uma obra arquitetónica icónica e uma coleção de arte com nomes tão influentes
quanto Mark Rothko, Yves Klein ou Andy Warhol, Bilbau ganhou ímpeto para reurbanizar do
antigo porto (hoje largo passeio arborizado à beira da ria) e atrai anualmente milhares de
turistas que compõem cerca de 6,5% do PIB da cidade. Há até quem fale em “efeito
Bilbau” para resumir o impulso dado pela arte e arquitetura e que outras cidades tentaram
replicar.
Além do museu da Fundação Guggenheim, Bilbau tem outra casa onde se pode
contemplar arte moderna e contemporânea. O Museu de Belas Artes é uma espécie de
antecessor na febre da arte que se instalou com o gigante dos anos 90: o seu núcleo
inaugurado em 1924 honra a arte do final do século XIX e do século XX. Entre os autores
expostos estão Cézanne, Gauguin, Robert Delaunay, Francis Bacon e espanhóis como
Salvador Dali, Juan Miró, Picasso ou Antoni Tàpies.
O Museu de Belas Artes tem também espaço para a desafiante arte contemporânea. A
instalação Trece a Centauro (treze para centauro), de Sergio Prego, foi concebida
especificamente para estas salas, apresentando estruturas abstratas, feitas de plástico
insuflado, que parecem fazer parte da arquitetura do espaço.
Depois da viagem pela história da arte deste museu, o ideal é um passeio pelo Parque
Casilda Iturrizar, um dos mais bonitos da cidade e que envolve esta instituição. Com uma
caminhada de dez minutos junto à ria, chega-se ao Guggenheim e por isso a melhor altura
para visitar esta cidade é a primavera e o início do verão. Assim, aproveitam-se os jardins
floridos, a ria e as variações de luz refletidas no gigante de titânio projetado por Frank
Gehry.
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jornada pela arte, já que tanto o Museu Guggenheim Bilbau como o Museu de Belas Artes
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