Dia dos Oceanos: Um mar de plástico com Portugal na “rota de saída”

Nas águas do Mediterrâneo, cuja “rota de saída” passa por Portugal, o plástico representa atualmente “95% dos resíduos”. Uma ameaça que pende sobre “espécies marinhas” e, consequentemente, sobre “a saúde humana”.

 

O alerta parte da organização ambientalista internacional WWF no Dia Mundial dos Oceanos. Também esta sexta-feira, 8 de Junho, a portuguesa Quercus adverte que os problemas oceânicos extravasam “a questão dos plásticos”.

Sair da armadilha plástica: salvar o Mediterrâneo da poluição plástica, é o título do relatório divulgado pela organização World Wildlife Fund. A maior porção dos poluentes plásticos tem origem na Turquia e em Espanha. Seguem-se Itália, o Egipto e França. E “os turistas que visitam a região a cada verão são responsáveis por um aumento de 40% no lixo marinho”.

Quanto à situação portuguesa, a WWF aponta “dados preocupantes ao longo da cadeia alimentar marinha, nomeadamente em espécies que servem de alimento a peixes e mamíferos”. “Os impactos da poluição plástica no Mediterrâneo têm repercussões em todo o mundo, e Portugal, na rota de saída deste mar, é o primeiro a sofrer as consequências, com sérios danos tanto para a natureza quanto para a saúde humana”, explica a direção executiva da Associação Natureza Portugal – organização associada à WWF.

Em território português, “os microplásticos predominam nas areias das praias, representando 72 por cento do lixo encontrado em zonas industriais e de estuários”. O país patenteia hoje “dados preocupantes ao longo da cadeia alimentar marinha, nomeadamente em espécies que servem de alimento a peixes e mamíferos”. É o que sugerem investigações científicas mencionadas pela organização ambientalista internacional. Lisboa e Costa Vicentina ganham relevo pela negativa, dada a proximidade aos estuários dos rios Tejo e Sado.

 

 

O Mediterrâneo está sob o “perigo de se transformar numa armadilha plástica, com níveis recorde de poluição causada por microplásticos, que ameaçam tanto espécies marinhas como a saúde humana”. A Governos, empresas e cidadãos são pedidas ações que permitam diminuir a poluição com plásticos não apenas em zonas costeiras e marítimas – no Mediterrâneo como nos demais oceanos do planeta – mas também em ambiente urbano.

No domínio das relações internacionais, a WWF propõe a negociação de um acordo internacional, com caráter vinculativo, que tenha por objetivo último a eliminação das descargas de plástico para os oceanos. Com metas ambiciosas: garantir até 2030 os 100% de resíduos plásticos reciclados e reutilizáveis e proibir produtos descartáveis, a começar pelos sacos.

Veja o artigo da RTP Notícias.