Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável do Interior de Portugal, a Fundação ”la Caixa” abre nova edição do Programa Promove. As candidaturas decorrem até 29 de janeiro de 2025.
É impossível ficar indiferente ao fenómeno do despovoamento do Interior de Portugal. Afinal, ver jovens e menos jovens a, progressivamente, abandonarem os lugares onde nasceram em busca de melhores oportunidades é motivo mais do que suficiente para nos fazer a todos pensar. E é precisamente com a intenção de mudar esta realidade, contribuindo ativamente para tornar o Interior do país atrativo através de projetos inovadores e sustentáveis, que a Fundação ”la Caixa”, em colaboração com o BPI e em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), acaba de lançar a 7.ª edição do Programa Promove. As candidaturas já estão a decorrer e prolongam-se até 29 de janeiro de 2025, devendo ser apresentadas online, através da plataforma do Concurso Promove.
No decurso das seis edições realizadas até ao momento, o Programa Promove já entregou mais de 17 milhões de euros a fundo perdido, tendo beneficiado um total de 146 iniciativas. Deste montante, mais de 5 milhões foram assegurados pela FCT, ao abrigo de um acordo de colaboração com base no qual, desde 2021, a FCT soma a sua contribuição à da Fundação ”la Caixa”.
Na edição de 2024, foram apoiados 45 projetos e ideias, com um total de 5,2 milhões de euros distribuídos entre os diversos premiados, dos quais 11 projetos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) mobilizadores, 18 projetos-piloto e 16 ideias inovadoras.
Um dos projetos de I&D mobilizadores selecionados foi o NaturText, do Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho, que tem por objetivo contribuir para a valorização de desperdícios agroflorestais do Interior de Portugal para funcionalização têxtil. Utilizando a química verde, o projeto visa extrair compostos bioativos e pigmentos de espécies como o carvalho, e de árvores de fruto como a amendoeira, a cerejeira, a oliveira e o mirtilo e explorar a sua utilização na indústria têxtil.
Já no âmbito dos projetos-piloto inovadores, a NativeSkin foi um dos vencedores, graças à sua proposta de criação de novos métodos de curtimenta de pele animal cultivada em laboratório. Utilizando extratos vegetais ricos em compostos fenólicos com origem em desperdícios e subprodutos de indústrias agroflorestais e silvícolas do Interior do país, a empresa Maia & Muller – Biotech pretende entrar no mercado do couro de luxo, reduzindo a pegada ecológica e aumentando as oportunidades na região.
Outro dos projetos-piloto inovadores que venceu a edição de 2024 foi o Dark Sky® Alqueva: A Star Destination. Concebido para valorizar o céu noturno enquanto património em torno do Alqueva, o projeto tem como objetivo o seu reconhecimento internacional nas vertentes ambiental, paisagística e patrimonial.
Entre os selecionados contam-se muitos outros projetos e ideias inovadores, incluindo a utilização de inteligência artificial na otimização da rega para olivais ou na monitorização do processo de cura do Queijo Serpa DOP; projetos de valorização do património cultural como o das origens do Barroso; e projetos de valorização de produtos ou subprodutos como o uso da capota de amêndoa para a alimentação animal, da bolota como sucedâneo do café ou de biopesticidas com extratos de canábis.
Quanto à distribuição geográfica, os projetos apoiados em 2024 repartem a sua operacionalização entre as regiões do Interior Norte (11), Centro (dez) e Alentejo (oito). Na vertente de ideias, dirigida a estudantes do ensino superior, a região centro regista dez das equipas selecionadas, enquanto a região norte tem seis equipas.
Na 7.ª edição do Programa Promove, o foco continua a ser aquilo que o caracteriza, ou seja, apoiar projetos e ideias que contribuam para o desenvolvimento sustentável e a valorização das regiões do Interior de Portugal (ver mapa).
Em particular, o concurso pretende alavancar iniciativas inovadoras em domínios considerados estratégicos para o desenvolvimento das regiões em causa, e que tenham potencial para serem replicadas noutras zonas com características semelhantes.
O Programa Promove apoia ideias ou projetos que se localizem nas seguintes áreas geográficas:
O Programa Promove atribui apoios a fundo perdido a três tipos de iniciativas: projetos-piloto (até 150 mil euros por projeto), projetos I&D mobilizadores (até 250 mil euros por projeto) e ideias com potencial para se tornarem projetos-piloto inovadores (prémio de 5 mil euros).
As candidaturas de projetos-piloto devem ser lideradas por empresas privadas, entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional ou outras entidades privadas sem fins lucrativos, sendo que podem ser apresentadas individualmente ou em consórcio com entidades públicas ou privadas.
No caso dos projetos I&D mobilizadores, as candidaturas devem ser lideradas por unidades de I&D que tenham tido a classificação de Muito Bom ou Excelente na mais recente avaliação da FCT, podendo ter como parceiras entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, instituições privadas sem fins lucrativos que desenvolvam ou participem em atividades de investigação científica, entidades públicas e sociedades comerciais de qualquer tipo.
Quanto às ideias com potencial, podem concorrer estudantes do ensino superior que, no momento da apresentação da candidatura, se encontrem inscritos nos ciclos de licenciatura, mestrado ou doutoramento em universidades ou institutos politécnicos localizados nas áreas geográficas abrangidas pelo concurso (ver mapa). Cada candidatura deve ter um mentor (docente ou investigador) e cada equipa deve ser constituída por dois a cinco elementos.
Tanto no concurso de projetos-piloto como no concurso de ideias com potencial, o Programa apoiará projetos que incidam nas áreas da gestão de recursos naturais, na criação ou consolidação de novos polos de desenvolvimento e inovação, e na valorização do património para atração de turistas e novos residentes.
Já no caso dos projetos I&D mobilizadores, o concurso dirige-se a iniciativas centradas em áreas relacionadas com domínios estratégicos para o desenvolvimento do Interior, nomeadamente: águas termais, parques e reservas naturais, estudos sobre riscos biológicos e promoção de novas culturas e produtos naturais.
Todas as dúvidas acerca da edição de 2025 podem ser esclarecidas através da consulta das Perguntas Frequentes ou do Regulamento do concurso, estando ainda disponíveis manuais de utilização para os concorrentes das ideias com potencial e dos projetos-piloto e projetos I&D mobilizadores.